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Servidores do MRE: recomposição necessária e urgente!

Servidor | 01 de dezembro de 2022

Autor: Luana Lima

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Atualmente, o Ministério das Relações Exteriores conta com 3.043 servidores ativos, locados no Brasil e no exterior, segundo o último levantamento da pasta. O número, que já transmite preocupação por seu volume pouco expressivo, se torna ainda mais alarmante quando é considerada a quantidade de servidores cedidos a outros órgãos, prestes a aposentar ou em licença.

 

Ainda existe a questão da distribuição desigual entre as carreiras do Itamaraty. Enquanto para a profissão de diplomata existem concursos anuais, as últimas provas para as funções de assistente e oficial de chancelaria aconteceram em 2008 e 2015. De acordo com o estudo realizado pela Coordenação Geral de Gestão e Governança (CGG/MRE), em 2021, haviam à época: 1.537 diplomatas, 801 oficiais de chancelaria, 428 assistentes de chancelaria e 277 integrantes do PCC/PGPE.

 

Desse contingente, apenas 37,7% está locado no Brasil, enquanto 57,2% se encontra no exterior. Além disso, 101 funcionários públicos do MRE estão cedidos a outros órgãos, 46 estão em licença e outros 8 em afastamento para organismo internacional (AOI).

 

Apenas nos últimos dez anos, houve diminuição de cerca de 600 servidores no ministério. Com isso, o quadro apresenta grandes riscos em sua força de trabalho no presente e no futuro, com corredores esvaziados na sede e com a contratação de locais para exercer funções de Estado no exterior.

 

O que esperar do próximo governo?

 

Recentemente, o ex-chanceler e ex-ministro da Defesa, o diplomata Celso Amorim, afirmou que o governo Lula pretende reabrir embaixadas fechadas pelo presidente Jair Bolsonaro nos últimos anos, bem como expandir o número de postos em outros países. A intenção é clara e positiva: reforçar o papel das relações exteriores e a presença brasileira no cenário internacional.

 

Entretanto, diante do contexto fragilizado de servidores, é imprescindível levar em consideração a necessidade da recomposição e da modernização dos quadros no MRE. A pauta deve ser prioridade para que não ocorra uma piora severa do fluxo de trabalho no ministério.

 

Há pretensão de inaugurar postos em Ruanda e Gâmbia, além de avaliar a reabertura de embaixadas em Freetown (Serra Leoa), Monróvia (Libéria) e Caracas (Venezuela), por exemplo, conforme divulgado pela coluna do jornalista Jamil Chade, no site de notícias UOL. Para ler a matéria completa, acesse: https://bit.ly/3VGgy0j.

 

Sinditamaraty, há anos lutando pela melhoria do Serviço Exterior Brasileiro

 

Em novembro, a diretoria executiva do Sinditamaraty foi recebida pelo gabinete de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar, dentre outras pautas, da adequação da força de trabalho no Itamaraty, uma das maiores prioridades da entidade.

 

Confira a agenda discutida na íntegra em: https://bit.ly/3VCOATe.

 

Essa matéria faz parte da campanha “Servidores – sem eles, a estrutura fica comprometida”.