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Setembro Amarelo: Mês de valorização da vida e prevenção ao suicídio

Saúde | 09 de setembro de 2022

Autor: Luana Lima

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Dez de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A campanha Setembro Amarelo, apesar de obter maior destaque durante o mês, é realizada ao longo de todo o ano e tem como principal objetivo conscientizar as pessoas sobre a importância de falar sobre o assunto.


Hoje, o suicídio é considerado um problema de saúde pública. Estima-se que a cada 40 segundos, uma pessoa no mundo acaba com a própria vida. Segundo o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio (ABEPS), em 2021, apesar dos índices de autoextermínio globais terem caído 36%, no Brasil houve um expressivo aumento de 43%, o que alarma médicos e especialistas para o cenário nacional.
 

Como a campanha surgiu
 

A origem da campanha e a escolha da cor veio da história de Mike Emme, um jovem estadunidense, de 17 anos, que tirou a própria vida em seu carro amarelo. No funeral, amigos e familiares distribuíram cartões com fitas da cor do veículo e palavras de apoio para quem enfrentava o mesmo de Mike: “Se você está pensando em suicídio, entregue este cartão a alguém e peça ajuda.”

A mensagem, aos poucos, se espalhou mundo afora, conforme o aumento da preocupação com a saúde mental e emocional das pessoas. Assim, em 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) passaram a organizar a campanha Setembro Amarelo nacionalmente, e criaram a cartilha Suicídio Informando para Prevenir. O guia fornecia informações sobre o tema a profissionais da área da saúde, a fim de orientar a identificação de pessoas em risco e prevenir o ato suicida.


Agir Salva Vidas
 

O tema da campanha Setembro Amarelo este ano é “Agir Salva Vidas” e destaca como a atenção e o cuidado com quem se encontra emocionalmente fragilizado pode prevenir o suicídio. A psicóloga Cláudia Chacon, do Sinditamaraty, informa “que esse comportamento pode ser evitado quando familiares e amigos o identificam a tempo. O encaminhamento à psiquiatria e ao psicólogo é de suma importância.”
 

Para identificar ideações suicidas, é importante estar atento aos sinais dados pela pessoa ao longo do tempo. Os principais são:
 

1. Tristeza excessiva e isolamento social;

2. Alteração repentina de comportamento;

3. Tratamento de assuntos pendentes ou realização de testamento;

4. Aparente calma ou despreocupação após longo período de tristeza ou depressão;

5. Ameaças de suicídio frequentes, inclusive em formas de piada ou brincadeiras.

Cláudia Chacon ainda reforça a necessidade de levar ameaças sobre o assunto a sério: “é preciso acolher e direcionar ajuda profissional ao familiar, amigo ou cônjuge”.
 

Suicídio: Por que ainda um tabu?

Com intervenções de baixo custo, o suicídio poderia ser prevenido em mais de 90% dos casos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Um dos maiores empecilhos, no entanto, é que o tema ainda é cercado de tabus e preconceitos. Contudo, as doenças psicológicas, assim como as físicas, são tratáveis: 96,8% dos casos de suicídio registrados estão associados a históricos de doenças mentais, as quais podem ser acompanhadas e medicadas.
 

A psicóloga explica como questões de ordem religiosa, moral e cultural alimentam o medo e a vergonha de falar abertamente sobre o suicídio. Segundo ela, “desconstruir um estigma é um processo lento, que exige esforço, e um trabalho estruturado e focal da sociedade. Falar sobre adoecimento mental pode ser difícil, mas é, também, profundamente libertador.”

De acordo com o relatório de 2014 da OMS, o Brasil estava em 8º lugar dentre os países com maior número de suicídios e em tendência crescente entre os jovens. A ação é a 2ª principal causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos, posição superior ao número de vítimas de Aids e da maioria dos tipos de câncer da faixa etária.
 

Cláudia afirma que esses dados são alarmantes e expressam grande necessidade de políticas públicas voltadas à promoção de saúde mental e à diminuição dos fatores de risco, entre eles o acesso facilitado a armas de fogo.

 

Cuide-se!
 

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é definida como

um estado de bem-estar, onde o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades para se recuperar do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a comunidade.


Confira algumas dicas para promover seu próprio bem-estar:
 

• Entenda suas formas de autocuidado e pratique-as;

• Mantenha seu cérebro ativo e engajado em assuntos do seu interesse;

• Equilibre o tempo dedicado entre trabalho e lazer;

• Procure realizar atividade física diária;

• Mantenha uma boa frequência de contato social;

• Pratique meditação e outras formas de relaxamento;

• Tenha uma alimentação saudável.
 

Caso perceba que você está com pensamentos negativos insistentes, preocupações intermináveis, choro fácil, desesperança, dificuldades com autoimagem e/ou resolução de problemas, busque ajuda! Ligue para o Centro de Valorização da Vida no número 188 ou procure apoio médico.

A psicoterapia é um processo que auxilia no autoconhecimento, e, portanto, na autoaceitação e na solução de conflitos internos, além de outros benefícios. Que tal dar uma chance? Filiados do Sinditamaraty têm acesso à orientação psicológica com a terapeuta Cláudia Chacon. Interessados podem entrar em contato com a psicóloga para agendamentos: +55 (61) 98109-3007.
 

Para mais informações sobre o Setembro Amarelo, acesse: https://bit.ly/2NG3Ajs.

 

*Luana Lima, estagiária sob supervisão de Gabriella Bontempo